Por Trás da Capa dos Secos & Molhados de 1973
A capa dos Lp de estreia dos Secos & Molhados de 1973 está sempre presente nas listas das “melhores capas de discos” realizadas por críticos, imprensa e público. O jornal Folha de São Paulo chegou a eleger esta capa, como a “melhor capa de long play” de toda a história da música brasileira. Mas o que há por trás desta emblemática capa?
O grupo era formado por Ney Matogrosso, João Ricardo, Gérson Conrad e Marcelo Frias, este último o baterista que não aceitou integrar o grupo.
A capa do Lp já trazia uma síntese do poder criativo dos Secos & Molhados. A foto foi realizada pelo fotógrafo Antonio Carlos Rodrigues do jornal Última Hora do Rio de Janeiro. Em entrevista à Revista Bizz, Antonio definiu a sua criação como sendo fantástica e conta que a ideia surgiu após ele ver algumas meninas na praia com os rostos pintados. “Eu ainda não conhecia o grupo e quando fiquei sabendo do nome do grupo, montei uma mesa no meu estúdio com vários secos e molhados, coloquei a cabeça deles ali e os maquiei”.
Foi uma madrugada toda de trabalho e os quatro tiveram que ficar sentados em cima de tijolos e encarar um tremendo frio debaixo da mesa. Ney Matogrosso conta que “Em cima queimava, por causa das luzes”… ”comprei os mantimentos no supermercado, a toalha foi improvisada com plástico qualquer, a mesa era um compensado fino que nós mesmos serramos para entrarem as cabeças”. “Tinhamos fome e estávamos duríssimos, fomos tomar café com leite. Não sei por quê, mas não me lembro de termos comido os alimentos da mesa”, diz João em entrevista à Folha de São Paulo.
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O lançamento do primeiro LP do “Secos e Molhados”, que leva o nome do grupo, impressionou o público brasileiro. Era um grupo completamente diferente de tudo o que se conhecia na época. Trazia o incrível Ney Matogrosso nos vocais, letras contra a política dos militares e estilo marcado pela MPB e pelo rock progressivo. Além do conceito visual, traduzido através das máscaras que o quarteto usava e da performance de palco nunca antes visto no Brasil. O álbum já mostrava toda a originalidade de um dos maiores fenômenos da música brasileira e vendeu mais de 300 mil cópias. São oito faixas, sendo sete do compositor e violonista João Ricardo. Fazem parte do disco os sucessos “O Vira”, “Sangue Latino”, “Mulher Barriguda”, “Assim Assado” e uma melancólica versão de “Rosa de Hiroshima” (Gerson Conrad/Vinicius de Moraes) interpretada pela inesquecível voz de Ney Matogrosso.
Em formato digital, o álbum faz parte do catálogo da Warner Music. A obra ganhou recentemente nova prensagem em vinil 180 gramas pela Polysom. Remasterizado em alta fidelidade, o título faz parte da coleção Clássicos em Vinil.
Uma das melhores capas e disco do rock nacional. Poucos chegaram perto, desta clássica obra. Revolucionária para aqueles anos de ditadura.
São treze músicas na verdade…
Sempre maravilhoso experimentar a lembrança dos SM e por isto ainda são tão lembrados e atuais, senti a surpresa na época e a imagem e sonoridade estilística inigualável pra o momento, só para quem esteve lá pra compreender!!!
A primeira vez que ouvi foi em vinil, me apaixonei de cara. E ficava me perguntando, ‘quem é essa mulher cantando’ haha
Pra mim sempre foi um disco de cabeceira. Gosto demais. Saiu também na série Dois Momentos, juntamente com o SM 2. Aí ficou perfeito
joao ricardo um portugues recem chegado ao brasil…era o cerebro e o coraçáo do grupo…ney era a alma dos secos e molhados.
Não só a capa como todo o conteúdo do LP é excelente ! Já vi um programa de TV em que os interlocutotes disserram que a vendagem superou tanto as expevtativas que, por fata de matéria prima, foi preciso derreter outros LPs para imprimir mais exemplares deste, que se tornou um ícone da nossa música.
Eu tinha 8 anos quando o meu pai trouxe esse maravilhoso Lp , lembro dos comentários de como seria feito essa capa , ouviamos as musicas mas os olhos voltados nos detalhes da capa.Que aliais tenho até hoje. Um verdadeiro Clássico !!!
Eu tenho o original.
Texto errado e mal feito. 1-A capa nao foi feita em um estudio do tal fotografo e sim na garagem da casa do cunhado de Joao Ricardo, que trouxe os 2 cavaletes para colocarem a “mesa”. 2- A maquiagem ja era usada pelo grupo ha mjuito tempo, portanto nao foi ideia do tal fotografo. 3-Nao vendeu apenas 300 mil copias e sim 1.800 mil. A m aior vendagem de todas na epoca, superando Roberto Carlos que ainda nao havia vendido 1 milhao de copia de um unico disco. 4-Marcelo Frias(baterista) saiu do grupo porque o disco demorou a sair, ele era casado tava duro e tinha que se virar, quando o disco saiu ele nao foi aceito de volta, apesar que os Secos & Molhados na realidade eram 8 musicos, mas so 4 ganharam direito e aparecer na capa.
Bom saber disso. Como colocam um texto desses sem saber desses detalhes que José Rocha detalhou?! Soa irresponsabilidade.
Vale registrar que na mesma época em Recife, coincidência ou não havia um grupo anteriormente chamado “Tamarineira Village” depois “Ave Sangria” (em alusão a um conhecido hospital para loucos “Hospital da Tamarineira” no bairro que os caras da banda moravam) já usava a androginia no palco e nas letras, os caras vestiam roupa de mulher ,mertiolate simulando batom na boca” e davam “selinho na boca” no palco´tudo jogo de cena para provocar a platéia e os censores da ocasião já que estavam no auge da ditadura militar.
Lembro do Ave sangria, que lancou um Lp pela mesma gravadora Continental, disco produzido por Marcio Antonucci da dupla Os Vips(Jovem Guarda).
Eu amo essa capa, acho simplesmente genial! Uma pena que os pratos usados são muito vagabundos e envelheceram mal, mas era oque tinha na época.
A foto levou uma madrugada e o quarteto teve que segurara a barra sentados em cima de tijolos. “Ficamos lá a madrugada inteira, sentados em cima de tijolos”, lembra João Ricardo, “fazia um frio horroroso debaixo da mesa. Em cima queimava, por causa das luzes”, continua Ney Matogrosso….”comprei os mantimentos no supermercado, a toalha foi improvisada com plástico qualquer, a mesa era um compensado fino que nós mesmos serramos para entrarem as cabeças”. “Tinhamos fome e estávamos duríssimos, fomos tomar café com leite. Não sei por quê, mas não me lembro de termos comido os alimentos da mesa”, diz João. (Ilustrada, Folha de S.Paulo, 30/03/2001).
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