8 Álbuns Nacionais Pra Pirar no Rock Progressivo.
O Progressivo surgiu no fim da década de 60, podemos considerar que esse nascimento aconteceu na Inglaterra, e ganhou corpo, força e espaço na década de 70. Esse sub gênero do Rock bebeu na fonte da música clássica e do jazz fusion.
Você saberia dizer quais foram as primeiras banda consideradas progressivas? Muitas parecem rejeitar esse rótulo, pois, aparentemente, não houve uma organização consciente de formação do estilo, e nem um padrão pré-estabelecido quanto a duração e forma das composições.
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Porém, há sim elementos essenciais que classificam o Progressivo, como as composições longas, com harmonia e melodias mais complexas, e muita referência da música erudita. É clássico encontrarmos composições de até 20 minutos, ou até mesmo com tempo de um disco inteiro. As letras, comumente, abordam temas como ficção científica, religião, guerra, loucura, fantasia. Mas, esse fator também não é limitante, já que por ter referência nas obras clássicas, muitas das composições são inteiramente instrumentais, que por sinal, fazem um uso proeminente de teclados, pianos e sintetizadores.
Mas o que não podemos deixar de citar é a marcante presença de álbuns conceituais. Neles, um tema ou história é tratado ao longo do disco todo, o que deu origem também às famosas Óperas Rock. Os discos de Progressivo costumavam ser duplos, e traziam capas muito bem trabalhadas, e também muito sugestivas.
No Brasil, assim como no mundo, o Progessivo tem também como base o movimento psicodélico. A censura existente na época, devido ao regime ditatorial que vivíamos, foi um dos problemas enfrentados pelos músicos. Esse fato dificultou, mas não impediu as criações, que por vezes também eram comprometidas pela produção um pouco precária, mas ao mesmo tempo, recompensadas pela utilização de elementos da música brasileira, que garantia sua qualidade.
Por incrível que pareça, na época, a mídia não oferecia muita resistência na promoção desse gênero, havia até rádios, como a Eldorada de São Paulo, que disponibilizavam grande espaço ao Progressivo. Mas, ao chegar dos anos 80, com o advento do Punk, e da Indústria Cultural, o cenário mudou. As rádios agora eram mais monopolizadas pelo pop, e a música ‘não comercial’ começou a perder espaço.
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Mas vamos ao que interessa. Aqui selecionamos 08 Discos que te farão viajar nesse mundo Progressivo. Você tem algum deles em sua coleção? Conta pra gente!
Módulo 1000 – Não fale com paredes (1971)
Para muitos, o trabalho que representa o “marco zero” do rock progressivo brasileiro. A bem realizada mistura da psicodelia com o hard rock (em especial Black Sabbath), oferece munição suficiente para classificar o disco como um dos precursores do prog no país.
A banda participou do V Festival Internacional da Canção e seu único disco é hoje um valioso item para os colecionadores de LPs raros. Na década de 1990, um colecionador de discos do Rio de Janeiro comprou os direitos do Módulo 1000 junto a Top Tape e transformou o LP em CD com um número limitado de cópias. O CD saiu pela Zaher Zein/Projeto Luz Eterna. Na Europa, o disco “Não Fale Com Paredes” tornou-se um clássico.
A Bolha – Um passo à frente (1973)
A banda surgiu com o fim do grupo The Bubbles, ativo durante a jovem guarda. A Bolha seguiu por uma linha parecida com o Módulo 1000, transitando entre o progressivo e o hard-rock. Porém, como o próprio título do disco apresenta, o trabalho foi “um passo à frente”, com maior sofisticação sonora e um leque um pouco mais ampliado de influências, características visíveis, por exemplo, nas duas primeiras canções (“Um Passo à frente” e “Razão de existir”).
Som Imaginário – Matança do Porco (1973)
Seria com o Som Imaginário, importante banda de apoio a diferentes artistas nos anos 1970, que a relação entre o Clube da Esquina e o progressivo ficaria mais íntima. Em Matança, além da liderança de Wagner Tiso nas composições, o álbum oscila entre a música regional mineira, jazz, bossa nova e o progressivo (em alguns momentos resvalando no Pink Floyd, em outros, King Crimson).
Som nosso de Cada Dia – Snegs (1974)
Com Snegs, o rock progressivo brasileiro atingiu a maturidade e real consolidação. A produção do trabalho em algumas partes mostra-se precário, mas o virtuosismo dos músicos, somados a ousada tentativa de usar elementos oferecidos pelo progressivo sinfônico, vestindo-os com uma roupagem brasileira, garantem uma nítida qualidade para o trabalho.
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Mutantes – Tudo foi feito pelo sol (1974)
O período entre 1973/ 74 foi tenso para os mutantes. Rita Lee e Arnaldo Baptista saindo de forma ressentida da banda, uma experiência progressiva com resultado apenas regular (O A e o Z, lançado somente em 1992), e um grupo reorganizado entrando no estúdio em um momento incerto e com ideias fragmentadas. Tudo foi feito pelo sol, empreitada liderada por Sérgio Dias e Túlio Mourão, realizada em apenas um take, que obteve um surpreendente resultado final, apesar de todas as dificuldades. Consolidava-se a fase puramente progressiva do grupo, que duraria até 1977.
O Terço – Criaturas da noite (1975)
Um dos melhores e mais versáteis grupos progressivos brasileiros dos anos 1970. Nesse disco o grupo atira, de forma certeira, no hard rock, folk, MPB e progressivo sinfônico, misturando um pouco de tudo na bela faixa final 1974.
A palavra terço foi escolhida como nome da banda porque é uma medida fracionária que corresponde a três ou a “terça parte de alguma coisa”, como num Rosário. O Terço caiu como uma luva devido a primeira formação da banda, que era a de trio. Inicialmente, o nome escolhido tinha sido “Santíssima Trindade”, mas para evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado “O Terço”.
Casa das Máquinas – Lar de Maravilhas (1975)
Esse disco é considerado um dos melhores álbuns de rock progressivo do Brasil, comparado com o primeiro LP da banda, esta obra traz uma grande evolução no estilo musical do grupo. Em seu primeiro disco, Casa das Máquinas (1974), a banda seguiu um padrão mais hard rock. Já no disco seguinte, Lar de Maravilhas (1975), foi adotado um estilo mais progressivo, sendo considerado um dos melhores discos do gênero no país.
Recordando o Vale das Maçãs – As Crianças da Nova Floresta (1977)
O Recordando o Vale das Maçãs foi formado em 1973, em Santos (SP) pelos amigos Fernando Pacheco (violões e voz), Fernando Motta (violões e percussão) e Domingos Mariotti (flauta, voz), com a ideia de tentar mostrar o som da natureza através da música. Com o álbum As Crianças da Nova Floresta, o Recordando o Vale das Maçãs estabeleceu-se como um dos principais nomes da música na virada da década de 70 e para os 80.
Com certeza você ainda não está satisfeito, por isso separamos aqui um documentário sobre o Prog Brasil: Viagem Progessiva.
Ficha Técnica:
Produção/Roteiro/Direção
Ana Paula Minari
Bruno Rizzato Rodrigues
Guilherme Machioni
João Figueiredo
Tábata Porti
Thiago Mourato
Orientação
Eliane Basso
FOTOGRAFIA E CÂMERA
Gilson Reis
EDIÇÃO DE IMAGENS E FINALIZAÇÃO
Luiz Antonio Alves
Ótimos discos, não devem em nada aos prog internacionais
Esqueceram de citar o “Moto Perpétuo”, a banda que lançou Guilherme Arantes…
Ótima lembrança. O disco deles é um clássico, sem dúvida. E Guilherme Arantes seguiu compondo baladas com forte pegada prog em sua carreira. O disco Moto Perpétuo é um belíssimo exemplo do prog brasileiro dos 70,
Um que considero uma verdadeira aula de rock progressivo é o Depois do Fim da banda Bacamarte!
Bacamarte, banda paulistana muito bem lembrada!
Com certeza, uma marco de nossa música…
Cadê Bacamarte?
Faltou “Depois do fim” da Bacamarte!
Faltou o Nóia da Jennifer Lo-Fi!
Muito bom
🙂
Faltou Bixo da Seda e A Cor do Som. Terço, toda a obra.
Faltou a Barca do Sol, é uma banda carioca chama da Anno Luz. Lembro tb Março Antônio Araújo.