Curiosidades

As belas surpresas do Garimpo

Quem está acostumado a visitar sebos sabe como é interessante e gostoso encontrar lembranças nos livros, discos e CDs que estão a venda. São lembranças, mas de outras pessoas.

Um recado, uma dedicatória, um bilhete esquecido em meio às páginas amareladas, aquela flor desidratada que marca o trecho especial do livro.

A dedicatória de feliz aniversário. De feliz aniversário de namoro, de casamento. A declaração de amor feita em uma data que pode parecer aleatória no calendário, mas que muito queria dizer ao coração apaixonado.

As capas de discos riscadas. As assinaturas. As datas. O meio da bolacha registrado com carinho, e que é posto a rodar, assim como as músicas preferidas.

Quem já assistiu ao filme Aquarius vai lembrar da cena que representa exatamente essa sensação que descrevemos aqui, quando a personagem, interpretada por Sônia Braga, conta as histórias de seus LPs, e como cada um também tem sua história paralela, e como já representaram alguma coisa aos seus antigos donos, e como dentro deles também podem estar escondidas, ou guardadas, lembranças, registros, importâncias…

Renegar a memória, considerar como lixo objetos antigos é descartar vivências e o valor (não monetário) que aquele objeto pode ter.

Retomando o filme Aquarius, é completamente possível estabelecer esse paralelo tanto com a coleção de discos da personagem principal, quanto com a questão da especulação imobiliária, e a desvalorização da memória, arquitetura e história da cidade, como é o caso de Recife, levantado pelo longa-metragem.

Se vocês já encontraram boas lembranças em seus garimpos, compartilhem conosco! Queremos saborear junto esses pequenos grandes prazeres da vida.

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