Revendo Jards Macalé. 45 anos de um grande disco!
Carioca e nascido na década de 40 no bairro da Tijuca, ao pé do Morro da Formiga, Jards Anet da Silva é música da cabeça aos pés. Desde criança teve a influência dentro de casa, pela mãe no piano, e o pai no o acordeom.
O apelido “Macalé” surgiu graças ao seus desastres como jogador de futebol, e o seu não sucesso nas peladas o fez ganhar o nome do pior jogador do Botafogo na época.
Azar no jogo, sorte na música: Macalé saiu de casa e foi viver em Ipanema, e a partir daí foi ampliando seus conhecimentos e suas parcerias musicais. Estudou piano, orquestração, violoncelo, violão e análise musical. Fez a direção musica dos primeiros espetáculos da baiana Maria Bethânia, teve composições gravadas pela rainha Nara Leão, a musa Gal Costa e o mestre Luiz Melodia, e também por tantas outras vozes da música brasileira.
O grande Jards Anet da Silva, agora Macalé, é cantor, violonista, compositor, arranjador e ator. Um multiartista que carrega na mala diversas canções que só enriquecem o repertório carioca, e que por vezes são apenas conhecidas nas vozes de outros intérpretes.
Uma de suas grandes obras foi lançada há 45 anos, Jards Macalé, de 1972:
Jards Macalé – 1972
Seu primeiro disco é até hoje considerado uma obra genial e difícil de ser digerido por alguns, o que o tornou por muito tempo “esquecido”.
Esse trabalho nasceu após o músico passar pelas primeiras e principais transformações de sua vida e estudos musicais. Ele revolucionou a música brasileira trazendo o rock, samba, erudito, jazz, bossa nova, tropicalismo e melancolia em um mesmo álbum.
Iniciado com Farinha do Desprezo, o álbum já mostra seu som pesadíssimo que faz qualquer um engolir a seco essa farinha de gosto forte. Revendo Amigos é uma das mais famosas do disco, e também uma das mais reproduzidas, até mesmo como samples. Essa faixa passou 12 vezes pela censura do governo militar, pois alguns dos versos soaram como “provocativos”.
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