Curiosidades

50 anos de carreira e mais de 200 formações: uma banda Made in Brazil.

Na semana do Rock, não tem como não falarmos sobre um produto genuinamente “Made in Brazil”!

A banda Made in Brazil, formada no ano de 1967 no bairro da Pompéia, em São Paulo, está em plena atividade até o dia de hoje, e comprovando a célebre frase “Deus Salva e o Rock Alivia”, afinal… Só mesmo com muita disposição e Rock n’ Roll pra segurar os trancos de 50 anos de carreira, e se manter de pé frente as dificuldades e perdas da vida.

O Made, como muitos já sabem, passou por inúmeras formações oficiais. De acordo com dados do Guiness World, livro dos recordes, a banda atingiu o mágico número de 203 formações. Passaram pelo Made in Brazil 126 músicos diferentes. É muita gente; é muito som e talento junto. Impossível não ficar admirado com a persistência e trabalho desse grupo.

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A banda cravou seu primeiro sucesso na história do rock brasileiro no ano de 1974 quando lançou o primeiro disco, o homônimo Made in Brazil. Nesse àlbum eles apresentaram o hit “Anjo da Guarda”;

Mas foi em 78 que lançaram seu maior sucesso. Inspirado na literatura brasileira e suas críticas, o disco “Pauliceia Desvairada”, mesmo nome da obra de Mario de Andrade, é a fonte de grandes canções como “Gasolina”, “Uma Banda Made in Brazil” e a faixa-título “Pauliceia Desvairada”.

Em 2012 tive a oportunidade de ir a um show dos caras e entrevistá-los ao final. Era 19 de maio de 2012, na cidade de Bauru, e a banda estava em turnê comemorativa aos 45 anos de estrada. Em forma de homenagem às bandas e músicos que os influenciaram desde a primeira formação, lá em 67, evocavam grandes nomes entre as músicas, e um dos principais era B.B. King, frisando sempre que “Todo Dia Rola um Blues”. O show desenrolava como uma linha do tempo: As canções e seus respectivos álbuns eram apresentados, juntamente com o seu ano de lançamento.

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Após o show, conversando com a banda no camarim, perguntei sobre os recordes acumulados por eles e sobre o número de formações que Made já teve, e a surpresa foi:  “Desde que a gente recomeçou a ensaiar (uns dois meses atrás) eram 167. Se vacilar já são 170.” (isso em maio de 2012)
Os caras deixaram bem claro que o Made não desiste da música, e que acreditam no som deles, na valorização do verdadeiro artista. Criticam  alguns outros gêneros e a exploração do corpo da mulher na televisão.
A gente tem três mulheres em cima do palco hoje. Estavam todas bem vestidas, bem maquiadas. Sem a apelação que a gente vê na TV, principalmente no fim de semana.
Ao falarmos sobre o tributo aos velhos artistas e referências, pergunto se escutam algo novo, e se o Rock de São Paulo morreu. Oswaldo Vecchione não hesita em responder: “A coisa mais nova que a gente escuta é Velhas Virgens”. E completa “O Rock de São Paulo acabou? Não, não, olha aqui a prova viva!!!”
O Made diz que ainda existe o Rock de Verdade, a cena vive em lugares como Porto Alegre e Curitiba, e que por vezes é maior que em São Paulo.
Na despedida deixaram bem claro que pra eles a vida é o Rock n’ Roll. E eu?! Eu confirmei a tese de que “Esses caras infernais fazem até o diabo dançar!”
Entrevista com a Banda Made in Brazil. Virada Cultural de Bauru, 2012.

 

Nota da autora: Destaco a música “Amanhã é um novo dia” do disco Paulicéia Desvairada.

 

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