Curiosidades

Conheça a história das máquinas “Jukebox”.

As máquinas de tocar discos operadas por moedas são quase tão antigas quanto os aparelhos toca-discos, mas foi com a chegada do vinil que as jukeboxes passaram a existir de fato.

Não muito depois de Thomas Edison apresentar seu fonógrafo tocador de cilindros, Louis Glass e William S. Arnold inventaram uma versão operada por moedas em 1890, com quatro tubos de audição por onde era possível ouvir música. Este e outros instrumentos similares equipados para reproduzir apenas uma determinada seleção de músicas eram com frequência instalados em “salas de fonógrafos”, onde um grupo de máquinas permitia que os clientes escolhessem o que queriam ouvir.

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A jukebox, com sua múltipla escolha, surgiu em 1927, fabricada pela Automated Musical Instrument Company, mais conhecida como AMI. Foi lançada na época dos 78 rotações de goma-laca de dez polegadas, por isso era uma geringonça bastante desajeitada. De início, tinha oito ou dez pratos, para que os ouvintes pudessem escolher, e na maioria das caixas apenas um dos lados do disco ficava disponível para ser executado.

Durante a Grande Depressão, quando muitos locais nos Estados Unidos não podiam mais bancas bandas ao vivo, os bares e salões de baile dependiam de uma jukebox para oferecer entretenimento musical, e o aparelho serviu para isso em milhares de cafés de beira de estrada, restaurantes e outros locais de diversão no interior.

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Na década de 1940, durante a era do swing, as jukeboxes Wurlitzer reinaram. Eram máquinas imponentes, dispostas sempre em lugares bem visíveis e de destaque, e os designs do engenheiro Paul Fuller as transformaram em um símbolo do período, com seus fabulosos gabinetes de nogueira e efeitos de luz animados. Elas tocavam 24 discos de 78 rpm empilhados um sobre o outro, e o nome Wurlitzer passou a ser sinônimo de jukebox. A empresa foi superada pela Seeburg e outros concorrentes na mudança para os 45 rpm nos anos 1950, mas os designs de Fuller eram tão emblemáticos que são usados ainda hoje como símbolo da era do rock’n’ roll em filmes e séries de TV.

Quando chegaram os 45 rpm de sete polegadas em 1949, os fabricantes de jukeboxes perceberam o potencial do novo formato. Os discos praticamente inquebráveis, menores e mais leves que os 78 rpm, indicavam que as jukeboxes poderiam ter mecanismos de execução mais compactos e, portanto, abrigar mais discos por vez. Primeiro vieram os Seeburg, que em 1948 já tinham superado as concorrentes com seu modelo M100A, primeira jukebox de discos de 78 rpm a oferecer os dois lados de cinquenta discos, uma escolha de cem canções. Em 1950, a Seeburg lançou a M100A, mas agora com os novos 45 rpm de sete polegadas. A caixa também admitia cem opções, e modelos posteriores da Seeborg elevaram a capacidade para 80 discos (160 lados) e 100 discos (200 lados) por máquina. O modelo seguinte da Seeburg, o M100C, lançado em 1952, alcançou o status de aparelho emblemático nos anos 1970 quando apareceu na sequência de abertura da série de TV Happy Days, ambientada nos anos 50.

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A Rock-Ola, junto com a AMI, a Seeburg e a Wurlizer, foi outra grande fabricante de jukeboxes. Apesar do nome, não teve origem na era do rock, simplesmente recebeu o nome de seu fundador, David c. Rockola, conhecido por fornecer uma de suas jukeboxes com doze seleções para o convés do transatlântico de luxo Queen Mary em sua viagem inaugural, partindo de Nova York, em 1936. Mas o Rock-Ola ficou mais famosa por suas máquinas esbeltas das décadas de 1950 e 1960, entre elas a ultramoderna 434 Concerto, lançada em 1967.

Em seu auge, as jukeboxes era um grande negócio, e contribuíram com uma significativa proporção das vendas de discos. Em meados dos anos 1940, três quartos de todos os discos produzidos nos Estados Unidos iam para as jukeboxes. Os fabricantes, cientes do potencial financeiro, com frequência colocavam a velocidade um pouco acima de 45 rpm, para que mais moedas por hora fossem introduzidas nas máquinas.  Elas foram também importante fonte de renda para os editores de música que, assim como as companhias de discos, recebiam royalties por canção tocada. Talvez não surpreenda que o controle das jukeboxes com frequência tenha caído nas mãos do crime organizado. O próprio David Rockola tinha ligações com gângster de Chicago da década de 1920, e acabou escapando da prisão em troca de revelar ao Estado informações sobre o crime organizado.

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A morte das jukeboxes deveu-se à disseminação dos rádios portáteis entre os adolescentes no final da década de 1950 e aos aparelhos de toca música subsequentes, do Walkman ao celular. No entanto, seu som cheio nunca poderá ser igualado pelos equipamentos domésticos, e menos ainda pelos portáteis, e continua um símbolo da poderosa energia dos discos de rock’n’rool de meados do século XX.

 

 

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