Relação entre discos originais de época e relançamentos.
Muito se diz sobre as relações entre os discos raros, e seus relançamentos em vinil. Que tal entendermos um pouco mais sobre essa relação?
Um disco de vinil pode alcançar valores que, hoje em dia, são comparados ao preço de jóias. O mercado de disco de vinil brasileiro é muito surpreendente. Discos que são relançados por selos nacionais ou internacionais continuam tendo seus originais de época com valores que podem chegar até R$ 10.ooo. E você não leu errado. Muitos lojistas da área os chamam de “joia rara”, e estão sempre na busca para tê-los em seus acervos e estoques, pois suas vendas podem salvar até um mês de trabalho.
Um exemplo de disco raro é o álbum “Coisas” do maestro e multi-instrumentista Moacir Santos, lançado no ano de 1965. O relançamento, pela Polysom, desse disco vale R$ 80 enquanto o exemplar original de época já chegou a ser vendido por R$ 1.200.
Existe um outro caso que é ainda mais disputado: Um dos principais e mais raros discos de vinil do Brasil é uma obra de Zé Ramalho e Lula Cortês. O disco Paêbiru, de 1975, é uma obra-prima que traz a fusão da música regional nordestina, o misticismo do rock psicodélico, e que se transformou em uma das mais ousadas criações da MPB. Mas não é apenas isso que o faz raro e muito procurado… Na época, 1000 das 1300 cópias prensadas do discos foram levadas por uma grande enchente nos estúdios da gravadora recifense. Se já não bastasse a gravidade da tragédia, a fita máster também foi levada pelas águas.
Das 300 cópias sobreviventes, podemos encontrar algumas no mercado de vinil atual. Os discos em excelente estado podem valer até R$ 4.000. Nas buscas também é possível achar relançamentos não autorizados feitos por selos ingleses, americanos e alemães. Estas cópias valem em média R$ 300.
Discos em Extinção:
Cuban Soul 18 Kilates, Cassiano, 1976. Em extinção. Transa, Caetano Veloso, 1972. Em extinção. O Som Psicodélico de Luiz Carlos Vinhas, Luiz Carlos Vinhas, 1968. Em extinção. Big Ben, Jorge Ben, 1965. Em extinção. Tim Maia Disco Club, Tim Maia, 1978. Em extinção.
São muitos os discos com poucos exemplares no mercado. Esses materiais produzidos, sobretudo, no período do “sonho da indústria fonográfica”, entre meados das décadas de 1960 e 1970, evaporam do mercado por uma série de razões que frustram clientes, indignam vendedores e desafiam o próprio tempo.
Podemos, juntos, chegar à conclusão de que há mercado para os dois “produtos”. E isso só acontece pois há a procura pelos dois, portanto, é importante valorizarmos o trabalho de relançamento de grandes obras, pois elas executam uma brilhante disseminação e resgate da cultura musical brasileira.
Coisas – Moacir Santos
Coisas é considerado um dos melhores discos nacionais de todos os tempos. Foi produzido por Roberto Quartin, e é composto por 10 faixas, todas elas nomeadas “Coisa“, sendo diferenciadas apenas por suas numerações. São todas de autoria de Moacir, mas que também contaram com algumas parcerias como Mario Telles, Regina Werneck e Clóvis Mello. Esse disco, que já foi uma das grandes raridades buscadas por colecionadores do mundo todo, agora está de volta aos catálogos. A nova versão chega à nossa loja pela Polysom. A versão relançada não perde em anda para a original, são todas as faixas inteiramente instrumentais e fiéis aos tapes originais. Esse disco, que é uma verdadeira obra de arte e já teve exemplares vendidos por 3 mil dólares, está agora mais acessível do que nunca. Acesse nossa loja e garanta já o seu!
Cuban Soul 18 kilates – Cassiano
É impossível falar em soul music no Brasil sem citar o cantor, compositor e guitarrista Cassiano. Seu primeiro álbum, lançado em 1971, já trazia influências de Stevie Wonder e Otis Redding. Completando 40 anos em 2016, seu disco “Cuban Soul: 18 Kilates”, considerado o mais importante de sua carreira, voltou às prateiras em vinil de 180 gramas, pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom. A boa notícia para o colecionador de discos é que não precisará mais pagar centenas de reais para colocar esta pérola na coleção. Lançado originalmente pela Polydor, o álbum foi produzido por Gastão Lamounier e o compositor Paulo Zdanowski, que assina com Cassiano as nove canções. Entre os sucessos do disco, estão “Coleção”, “A Lua e Eu” e “Onda”. Misturando R&B e soul music à moda brasileira, com harmonias ricas e timbre vocal inconfundível, ele apresentou esse que é um dos mais importantes discos da música nacional.
Leia também: 13 discos raros que você precisa conhecer.