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Motivos para amar Alceu Valença!

Você conseguiria listar os motivos para amar Alceu Valença? Nós não! Listar é impossível, mas podemos prosear um pouco sobre isso, pois os sentimentos são profundos demais… Só mesmo curtindo um vinil com os amigos e comentando a respeito para expressar essa admiração!

Alceu Paiva Valença nasceu em 1º de julho de 1946 em São Bento do Una, Pernambuco. Foi desde pequeno influenciado pela música, principalmente pela música local, pelos maracatus, cocos e repentes de viola. Mais tarde se aventurou nas experimentações que efervesciam pela juventude pernambucana, e se aventurou com guitarras e baixo elétrico.

Alceu foi um dos caras que viveu o Recife dos anos 70, um momento que rolava uma grande libertação artística entre os muitos grupos, poetas, músicos, atores e intelectuais da cidade. No início daquela década, Recife era uma cidade pequena, com hábitos provincianos e de grande desigualdade social. Apesar do conservadorismo típico no país todo, a capital pernambucana era ainda mais conservadora que Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo. Mas isso não impediu que cabeças brilhantes rompessem esse paradigma e se tornassem grandes produtores de conteúdo atemporal.

Entre essas cucas maravilhosas estavam nomes como Alceu Valença, Ave Sangria, Zé Ramalho, Lula Cortês e muitos outros que criavam e recriavam a música pernambucana, e compunham músicas e discos que são históricos e enigmáticos até hoje.

Porém, nosso Alceu Valença é um nome que mesmo arrastando multidões até hoje, ainda não é inteiramente conhecido. Muitos de seus fãs não têm a compreensão da profundidade de suas obras compostas na década de 70. Obras de letras fortes, políticas, reflexivas, e sonoridade ímpar que viaja pelo mundo psicodélico e aterrissa na brasilidade. Um som que bebeu em fontes estrangeiras, mas que quando feitas por aqui, no calor tropical tupiniquim não pode ter um outro resultado, que não fosse “Molhado de Suor”.

Dizemos isso pois esse é um dos álbuns que mais precisam ser desbravados de Valença. Para ser mais exato, é o seu primeiro disco solo, e foi lançado em 1974. A produção aconteceu logo após o músico participar do filme A Noite do Espantalho no qual fazia o espantalho e o narrador. Quando foi apresentar as canções desse disco por aí, especialmente no Rio de Janeiro, contou com a colaboração de músicos de outra grande representante do forró psicodélico pernambucano: Ave Sangria.

Quer se aventurar mais pelas obras desse mestre? Então se liga na lista de obras disponíveis em nossa loja, e aproveita!

molhado de suorMolhado de Suor – 1974

Esse é o primeiro disco solo de Alceu Valença. Antes disso havia desenvolvido um projeto em parceria com Geraldo Azevedo: Quadrafônico, e também como principal intérprete da trilha sonora do filme “A Noite do Espantalho”, de Sergio Ricardo. Molhado de Suor foi produzido por Eustáquio Sena, o disco traz 11 faixas, incluindo a faixa-bônus “Vou Danado pra Catende”.

vivoVivo – 1976

Vivo é seu segundo álbum e foi gravado ao vivo no Teatro Tereza Rachel durante o show  Vou Danado pra Catende. O álbum foi produzido por Guto Graça Mello e traz oito faixas, entre elas “Sol e Chuva”, “Pontos Cardeais” e “O Casamento da Raposa com o Rouxinol”.
Zé Ramalho da Paraíba participa das músicas “Papagaio do Futuro” e “Edipiana Nº 1”.

 

alceuEspelho Cristalino – 1977

Alceu lança seu terceiro disco em 1977, Espelho Cristalino tem oito músicas, entre elas “Agalopado” e “A Dança das Borboletas”. Os arranjos são assinados por Alceu e pelo guitarrista Paulo Rafael, com participação de um coro formado por Elba Ramalho, Tania Alves, Marlui Miranda, Tinhazinha e Odaire.

 

saudade deSaudade de Pernambuco – 1979

Esse raríssimo disco foi gravado em Paris em 79, e que só agora chega às lojas. Saudade de Pernambuco é um disco que havia saído no Brasil apenas como brinde do Jornal da Tarde, traz 10 faixas, entre elas “Apoena”, “O Ovo e a Galinha” e “Cana Caiana”. É um bônus e tanto ao box!

 

 

2 comentários sobre “Motivos para amar Alceu Valença!

  • Isso é muito maravilhoso, sempre que falo de Alceu e da complexidade da obra dele penso nesses discos. E fora esses, tem o Quadrafônico que ele fez com Geraldo Azevedo em 72 que, pra mim, é um dos discos mais incríveis. Parabéns por buscar essas referências pras pessoas verem que Alceu é muito mais que “morena tropicana”.

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