10 discos para ouvir em 100 dias!
De hoje até o fim do ano temos exatamente 100 dias. 100 dias para concluir aquelas promessas de início de ano, para bater algumas metas, cumprir planejamentos, repensar a boa parte do ano que já se foi, e se preparar para novos desafios.
São também 100 dias para curtir muito som, e por que não listar alguns discos para fazer audições, experimentar, curtir, estudar e investigar?
Listamos aqui 10 discos para você desbravar nos próximos 100 dias. Como a gente sabe que quando o disco pega ele nos toma alguns dias, vamos dar de brinde 10 dias de curtição para cada título. Que tal? Vamos a eles:
01 – Refavela – Gilberto Gil
Esse ano um disco especial de Gilberto Gil completa 40 anos de lançamento. Integrante da trilogia “Re”, o disco Refavela está em fase de celebração pelo Brasil, com shows carregados de músicos de diversas gerações unidos pela referência de Gil. As celebrações não se limitam aos shows, o que, de certa forma, o traz ainda mais pra perto de seus apreciadores. A novidade do mês de setembro é o relançamento em Vinil Especial desse clássico de 77. A composição do álbum é fruto da viagem de Gilberto à Nigéria na década de 70, e traz raízes africanas e suas fusões com a música brasileira. O disco foi gravado no estúdio Phonogram, e contou a produção de Roberto Santana. Feito na sequência de “Refazenda”, “Refavela” traduz um pouco do momento histórico do país, trazendo à luz uma migração da população rural para a cidade, fenômeno que marcou a década de 70.
02- “Na Pele” – Pitty e Elza Soares
Temos aqui o encontro de dois mundos, duas gerações, duas vivências. Duas mulheres e uma mesma luta! Elza Soares e Pitty se juntaram numa obra, que de forma extraordinária, fez a cabeça de muita gente rapidamente. Elas são duas das maiores cantoras da música brasileira, e fizeram de “Na Pele” uma das grandes músicas contemporâneas. A canção é de autoria da baiana Pitty, e faz em forma de metáfora uma reflexão sobre a vida e obstáculos ultrapassados. “Na Pele” foi gravada nos estúdios El Rocha, em São Paulo, e Tambor, no Rio de Janeiro. As cantoras foram acompanhadas por Duda (bateria), Guilherme Kastrup (percussão), Marcelo Cabral (baixo e synth), Martin (guitarra) e Rodrigo Campos (guitarra). A capa do compacto é assinada por Eva Uviedo. Além da música disponibilizada na internet, no lado B está a sua versão demo.
03 – Hoje é o Primeiro Dia do Resto de sua Vida – Rita Lee
O trabalho de 1972 é o segundo álbum solo de uma das artistas mais importantes da música nacional. Porém, ainda que tenha sido creditado somente à cantora, compositora e instrumentista, o disco foi efetivamente gravado junto da banda que integrava, Os Mutantes. E agora, esse importante registro volta às prateleiras dos fanáticos por boa música, e em vinil de 180 gramas, pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom. A produção é do “mutante” Arnaldo Baptista, que assina as 10 faixas do disco com parceiros como seu irmão Sergio, Ronaldo Leme, Arnolpho Filho e a própria Rita. Com a característica sonoridade psicodélica dos Mutantes, o álbum traz faixas como “Amor Branco e Preto”, “Vamos Tratar da Saúde” e “Superfície do Planeta”, entre outras.
04 – Atrás do Porto tem uma Cidade – Rita Lee
“Atrás do Porto tem uma Cidade” é responsável pelo início da consagração do trabalho solo de Rita, esse agora volta às lojas em vinil de 180 gramas, pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom. O álbum é um trabalho produzido por Marco Mazzola, que traz 10 faixas, todas de autoria de Rita, sendo algumas com os parceiros Luiz Sergio e Lee Marcucci. Entre os destaques, estão as músicas “Mamãe Natureza”, “De Pés no Chão”, “Menino Bonito” e “Ando Jururu”. Não tem como não ficar emocionado com tanto disco bom voltando para as nossas vitrolas.
05 – Sabotage – Álbum póstumo
O disco “Sabotage”, é um LP póstumo do Maestro do Canão, produzido por Instituto, Daniel Ganjaman, Tropikillaz, Dj Cia, entre outros grandes produtores da cena no país. Em Disco Duplo importado, com arte gráfica cuidadosamente desenvolvida pra esta edição especial de lançamento, o álbum traz em seu encarte fotos inéditas e manuscritos originais de Sabota. Nas bolachas, 11 faixas lançadas + 1 bônus exclusiva para o vinil. O disco que ficou em 4º entre os mais virais do mundo no Spotify na data de seu lançamento digital, tem participações de ninguém menos que Dexter, Negra Li, Sandrão (RZO), DJ Nuts, Zegon, Orquestra Sinfônica de Heliópolis, do MC norte-americano Shyheim (Wu Tang Clan) entre outros.
06 – Os Brazões
Uma das coisas mais incríveis dos relançamentos da Polysom é a possibilidade de encontrarmos discos que eram extremamente raros. É a chance de ter na coleção aquele item que você só teria duas opções: a de nunca encontrar, ou a de encontrar e gastar uma fortuna! Agora chegou a vez dessa joia do grupo “Os Brazões”. Se você não os conhece, vem com a gente! O grupo ficou conhecido no final da década de 60 após acompanhar Gal Costa em seus shows. Se como banda de apoio já chamava atenção, é possível imaginar a expressividade que teria sozinha. E isso fica claro no seu único álbum, homônimo, lançado em 1969. Ano efervescente que recuperava toda a loucura dos anos 60, e já indicava o que viria de bom na próxima década. É um disco raro, e que volta às prateleiras esse ano pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom. O LP foi gravado no estúdio Musidisc (Rio de Janeiro) com direção de produção de João Araújo. O disco é composto por 12 versões de músicas como “Que Maravilha” (Jorge Ben Jor/ Toquinho), “Feitiço” (Tom Zé)” e “Volks–Volkswagen Blue” (Gilberto Gil), entre outras. Com estilo que misturava rock and roll, R&B e samba, Os Brazões ganharam destaque com um som psicodélico e único.
07 – Quem é Quem – João Donato
Quando João Donato lançou “Quem é Quem”, em 1973, ele já tinha mais de 20 anos de carreira e conquistado reconhecimento nacional e internacional. O álbum foi produzido por Milton Miranda e Marcos Valle, com arranjos de João Donato, Maestro Gaya, Lan Guest, Laércio de Freitas e Dory Caymmi. O disco traz 12 faixas, sendo a grande maioria de sua autoria com parceiros como Geraldo Carneiro, Lysias Ênio, Paulo Cesar Pinheiro, Caetano Veloso e João Carlos Pádua. A única exceção é a música “Cala Boca Menino”, de Dorival Caymmi.
08 – Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos
Jards Macalé organizou um show em 10 de dezembro de 1973, um show com diversos outros artistas, e que, entre uma música e outra, eram declamados artigos dos Direitos Humanos. Os motivos do show, com o passar dos anos, ganhou especulações, e até mesmo declarações divergentes do próprio Jards, mas o fato é que na época foi anunciado como comemoração aos 25 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O que era uma ousadia e tanto no período político que vivíamos, época em que civis eram presos e/ou desapareciam sem muitas explicações. Esse show resultou no disco Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos, e o Volume 1 é lançado agora em LP prensado no Mercosul em vinil 180g, com prensas Newbilt Machinery. O show foi produzido por Jards e Xico Chaves.
09- Molhado de Suor – Alceu Valença
O Disco Molhado de Suor é o primeiro álbum solo de Alceu, e foi lançado em 1974, logo após o músico participar do filme A Noite do Espantalho no qual fazia o espantalho e o narrador. Quando foi apresentar as canções desse disco por aí, especialmente no Rio de Janeiro, contou com a colaboração de músicos de outra grande representante do forró psicodélico pernambucano: Ave Sangria. O momento vivido pelo Brasil, problemas na gravação e música censurada acabaram boicotando o desenvolvimento da banda, que por necessidades financeiras, precisou se distanciar.
10 – Espiral da Ilusão – Criolo
Lançado no mês de abril, o quarto álbum de estúdio do mestre Criolo Espiral de Ilusão é um riquíssimo trabalho, que contou com a produção de Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. O disco traz 10 sambas inéditos, e 09 deles são autorais, compostos ao longo da carreira do músico. Lançado pela Oloko Records, o álbum é definido por Criolo como a realização de um antigo sonho: “Sempre tive um carinho muito grande por samba e um desejo muito grande de um dia gravar um disco de samba. Música é muito forte, e samba é algo muito especial para nós, para todo nosso povo, para nossa cidade, pra minha família. Muita coisa me visitou e desaguou em forma de samba sem que eu pedisse. As músicas começaram a ser uma martelo e um formão, que visita a carne e o coração”.
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