Curiosidades

A genialidade de Stevie Wonder.

“Como um blockbuster hollywoodiano muito aguardado”, dizia encantado o crítico da Rolling Stone Vince Aletti no final de 1976, Songs in the Key of Life de Stevie Wonder “já chega com o peso de palavras e pontos de exclamação, e cercado de grande expectativa. Dois anos em produção, com seu iminente lançamento anunciado e em seguida suspenso várias vezes, para ser rediscutido, retrabalhado, expandido e gerar boatos, até ser lançado no final de setembro”.

Talking Book (1972), Innervisions (1973) e Fulfilingness’First Finale (1974) haviam ditado um alto padrão comercial, com o último virando o primeiro número 1 de Wonder na Billboard desde 1963. Mais importante, provaram que se tratava de um astro, que tirara o controle de sua produção das mãos da Motown para criar faixas imortais como “Superstition”, “Living for the City” e “You Haven’t Done Nothin’ “. Mas Stevie, no auge de sua criatividade, não estava disposto a repetir fórmulas. “Eu sabia que queria um álbum que soasse diferente”, ele contou a Craig Rosen, da Billboard. “Sabia que tinha um monte de material”, “Você Pirou”, reagiu o dono da Motown, Berry Gordy, “mas vá em frente”.

Wonder de fato gastou tanto tempo no álbum que o engenheiro de som Gary Olazabal criou uma camiseta na qual se lia: “Estamos quase terminando”. Mas o resultado foi espetacular, com tantas músicas que quatro delas foram para um compacto de sete polegadas inseridos na capa do LP duplo. Da deslumbrante “Knocks Me Off My Feet” à furiosa “Black Man”, a música, como notou a Rolling Stone, “varia tanto que mesmo depois de semanas ouvindo é difícil escrever uma crítica”. A canção mais conhecida foi a última composta para o álbum: a irresistível “I Wish”, primeiro lugar nas paradas dos EUA em janeiro de 1997.

Antes disso, porém, Songs in the Key of Life já havia se tornado o terceiro álbum duplo a alcançar o topo das paradas da Billboard.

 

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