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Cacau e Tonho, Meninos Que Estamparam a Capa de Clube da Esquina Processam Milton, Lô e EMI

“Clube da Esquina” um dos clássicos da MPB, lançado em 1972, é considerado a cara do Brasil. Na capa, duas crianças que olham desconfiadas para as lentes da câmera, sentadas em uma estrada de terra, uma delas descalça e com um pedação de pão nas mãos. Por muito tempo, os fãs acreditaram que as crianças eram Milton e Lô, mas na verdade são Tonho e Cacau, que alegam não saber que tinham sua imagem em um dos discos mais famosos do Brasil, mesmo após 40 anos.

Em 2012, o jornal Estado de Minas, encontrou Cacau e Tonho para recriarem a imagem da capa do disco após 40 anos. Foi quando eles procuraram um advogado e explicaram a situação. Na época os dois eram meninos com cerca de 7 anos, estudavam juntos e seus pais eram campineiros e uma fazenda na região de Nova Friburgo no Rio, onde a fotografia foi tirada pelo pernambucano Cafi.

Cafi morreu no início de 2019, mas anos antes havia contado ao Jornal Estado de Minas que fez o registro quando passava pela região com Ronaldo Bastos e que Milton Nascimento havia adorado a imagem.

Desde então, Antônio Carlos Rosa de Oliveira, o Cacau e José Antônio Rimes, Tonho, estão processando Milton, Lô e a gravadora EMI, por danos morais e uso indevido da imagem e pedindo R$ 500 mil.

Até o momento não houve declaração dos artistas. A gravadora EMI que lançou o disco e a editora Abril, responsável pela reedição do álbum para Cd em 2012, pedem a citação de Ronaldo Bastos no processo. A EMI foi incorporada a Universal, que pode acabar herdando o processo.

A gravadora alega que Ronaldo Bastos concedeu em 2007, os direitos do material gráfico do álbum e a Abril afirma que teve autorização da Universal para produzir a capa.

A defesa então alega que a prescrição da indenização de casos como esse, atualmente é de 3 anos e não 40. Acham o valor exorbitante e afirma que não há violação do direito individual à imagem, pois está “Totalmente Desvinculada” a imagem atual de Cacau e Tonho. Também diz que as queixas são infundadas, pois, o uso da foto na capa do disco “Não é capaz de trazer qualquer sofrimento moral.

Ronaldo Bastos e a Universal foram citados em 2019 pelo juiz comarca Marcus Vinicius Miranda de Nova Friburgo e devem prestar seus depoimentos.

Milton Nascimento e Lô Borges, afirmam que a responsabilidade é da EMI, que diz passa a vez para Ronaldo Bastos. Já a Abril diz que a Universal é quem deve responder. O processo está parado a cerca de 1 ano.

O advogado de Tonho e Cacau, José Carlos Alves, acredita que o excesso de citações é uma estratégia para atrasar o processo.

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