Curiosidades

O dia em que eu encontrei um belo acervo, e não havia nada que eu pudesse fazer.

Crônica

“Costumo dizer que encaro a vida de acordo com a playlist do momento. Ao dar o play você pode também determinar seu próximo ato, próxima atitude. O play tem o poder de determinar seu comportamento, de forma instantânea ou não.

Pode parecer besteira, mas tente buscar suas lembranças escondidas na gaveta da memória, e veja se ela vem à tona sem uma música de fundo. Se você, assim como quem escreve essa reflexão, tem sempre um background escolhido a dedo na vida, vai entender sobre o que estou dizendo. Os momentos se fazem a partir da trilha sonora, portanto, garanta que ela seja boa! (Até para salvar as passagens não tão boas assim).

Pois bem, se as notas, acordes e vocais já estão presentes nos planos – seja lá quais forem – musicais, espirituais, e de todas as maneiras abstratas que forem possíveis e imagináveis, elas também podem se materializar, o que deixa tudo ainda mais belo, palpável, e em alguns casos, doloroso.

Se você é adepto do garimpo, e ama a forma física das mídias que embalam sua vida, assim como quem aqui escreve, sabe do que estou falando.

Mas antes de entrar nessa pauta, vamos explorar alguns outros casos. Ou alguns outros encontros.

Os encontros, vocês acham, são obras do acaso?

Os encontros, vocês pensam, são apenas físicos?

As andanças da vida – algo ainda a ser retomado mais adiante – nos trazem bons encontros, sejam eles em quaisquer daqueles planos possíveis e imagináveis. Por exemplo:
Se imagine naquela situação de “sozinho na multidão”, entre todos aqueles achados e perdidos, você permanecendo ‘não encontrado’… Até que o encontro se dá. Se dá da seguinte maneira:

Entre achados e perdidos, mortos e feridos, curados ou doloridos… Para a pessoa que aqui escreve, o auge dos encontros é quando ele acontece na esfera sonora, invisível aos outros. O encontro ao pé do liquidificador de ouvido. Estamos falando de quando, ali sozinho na multidão, alguém reproduz, toca, aperta o play do plano de fundo de sua vida, e que por acaso do acaso do acaso, também é plano de fundo da vida do outro. O ponto de intersecção!

Nesse momento, o que fazer com esse encontro apenas você pode dizer. Talvez não haja nada a ser feito, a não ser o que já se faz instantaneamente: a contemplação imediata!

Conto a vocês sobre esse encontro, pois foi a partir dele que surge essa reflexão. Reflexão que se fez numa noite de sábado ao observar de longe o outro, que assim como eu, tinha o mesmo background rolando em sua vida. Cada um ator de sua própria trajetória, ele lá do outro lado do salão, responsável por amplificar o que se passava na minha vida aqui, do lado de cá. Sozinho em meio a multidão!

Esse encontro aliviou a dor de um ‘outro’. Um outro acontecimento do mesmo sábado, mas de maneiras e horários distintos.
De volta aos causos das andanças e das possibilidades que elas nos oferecem, a tarde de sábado me colocou no caminho das pedras que reproduzo a vocês a seguir:

Levantei da cadeira e dos livros e caminhei até um cantinho esquecido, escondido, ali sozinho em meio a uma multidão de objetos. Assim como eu!

Encontrei um belo de um acervo de discos de Vinil e não havia nada que eu pudesse fazer. Permaneceram lá, e assim como eu, sozinhos.

Dolorido!

 

Entenda:

 

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