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Entrevista com Arnaldo Baptista: Tudo em ordem e desfrutando da vida!

Esse mês o Blog Bilesky Discos fez uma série de textos especiais em comemoração ao dia do rock. Pode parecer algo comum, mas para nós foi uma um trabalho importante e que gerou belos frutos. Dizemos que foi importante, pois optamos em homenagear o rock brasileiro e ir a fundo nas produções nacionais… pesquisar, buscar, entender e apreciar o trabalho de altíssimo nível que é produzido em nosso país. Toda essa imersão comprovou muitas das nossas impressões, como o fato de o Brasil conseguir captar maravilhosas influências externas, e aprimorá-las com nossa cultura, regionalidades e musicalidade. Talvez esse seja o verdadeiro “jeitinho brasileiro”, o jeito de pegar o que é bom, e deixar ainda melhor!

Nesse contexto, estivemos trabalhando em um texto que irá fechar com chave de ouro todo esse mergulho no rock nacional. Apesar de trabalhoso, ele nos causou imensa alegria e orgulho. E podemos afirmar aos nossos leitores: a equipe Bilesky Discos é apaixonada por música!

Mas vamos ao que interessa: o fruto desse trabalho!

Na sexta-feira passada, no fim da tarde, fizemos uma ligação importante. Falar ao telefone, hoje em dia, é algo já fora do comum. Muitas entrevistas acontecem por e-mail, e até mesmo por aplicativos de celular. Mas nosso ilustríssimo entrevistado sugeriu o telefone, e do outro lado da linha estava Arnaldo Baptista.

O músico e artista plástico teve há pouco tempo um de seus álbuns relançado em vinil, o que foi uma surpresa tanto para nós quanto para ele. Dessa possibilidade surgiram muitos outros motivos para nosso papo.

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Arnaldo Baptista em: Tudo em ordem e desfrutando da vida!

Converso primeiramente com sua companheira, a simpática Lucinha. É ela quem agenda nosso papo, e me “recebe” ao telefone. Ao passá-lo para Arnaldo, ele já me responde o comum “oi, tudo bem?” com: “Tudo em ordem, desfrutando da vida!”. O que nos anima a continuar.

Nossa intenção era conhecer o Arnaldo Baptista de hoje, saber quais são suas atuais inspirações, qual seu processo criativo, entender seu papel como artista plástico, e claro, conhecer seu lado colecionador de vinil.

Logo de início o questiono quanto aos seus LPs, e se ele considera-se um colecionador. A resposta, com certeza, vai animar muita gente por aí:

Sim, Me considero um colecionador… A maior parte deles são obras antigas, como os LPs de Emerson, Lake & Palmer. Fico investigando muita coisa que não saiu em CD. São coisas que não existem em CD e que eu gosto de ouvir em Vinil, e além disso, é mais fácil de mudar as músicas em vinil, é só mudar a agulha. O CD é preciso ficar apertando botõezinhos difíceis.

Para Arnaldo, é sempre possível aprender e reaprender com essas obras, afinal, era através delas que, durante a juventude, ele e seus companheiros desbravavam os instrumentos, aprendiam a tocar guitarra.“A gente ouvia quando tava aprendendo a tocar com a palheta de cima pra baixo”.

Para ele, revisitar essas obras, principalmente em vinil, impulsiona seus sentidos e suas lembranças. “É como ouvir o Sgt. Peppers dos Beatles… Isso me inspira bastante!”.

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Apesar de ter predileções que possam variar com o tempo. Arnaldo sempre reforça o fato de ainda estar se descobrindo e aprendendo. Mas algumas coisas nunca mudam, como quando perguntamos qual seria sua principal referência musical hoje em dia:

Eu fico navegando no sentido de me descobrir. Mas, no sentido de ser direto no assunto, acho que é o conjunto YES

Uma de nossas curiosidades estava também nas pinturas de Arnaldo, e principalmente, o que ele costuma ouvir para criar e pintar.

 

“Não é uma coisa que faço diariamente. Costumo separar uma coisa da outra (música e pintura), e aqui nesse apartamento onde estou hoje não tem som perto de onde eu pinto, mas em casa lá (em Juiz de Fora) tem, então lá eu costumo escutar enquanto eu pinto. Eu gosto de ouvir mais música clássica, pois não fico muito excitado. Quando escuto música pesada eu gosto de estar tocando bateria, guitarra, ou alguma coisa assim”.

 

O Arnaldo de hoje

Perguntamos ao nosso querido entrevistado qual banda da nova geração ele curtia. Como suas inspirações são diversas, viajamos juntos por algumas décadas, como por exemplo: “Interessante pergunta! Eu me inspiro muitas vezes nos grupos antigos, como Led Zeppelin, mas atualmente tem algumas coisas que eu levo adiante no sentido de gostar. Mas não me vem a cabeça no momento”.

Nesse embalo, ficamos desbravando juntos algumas bandas nacionais da atualidade, falamos sobre algumas, citamos nomes, mas sem dúvidas, uma que vem despertando o interesse de muita gente por aí é a banda O Terno. Arnaldo e nós fechamos esse acordo!

Relançamento do LOKI?

Ao ser questionado sobre a sensação de ver seu disco relançado, Arnaldo nos faz algumas revelações, como o fato de ter sido algo totalmente inesperado, pois ele não o valorizava o suficiente para vê-lo novamente ao alcance do público.

Não podia ser mais bem vindo, depois de tantos e tantos anos ele vir em pauta novamente. Eu adorei!

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Arnaldo confessa que não sabia a dimensão da importância desse disco para a história da música brasileira, mas que aos poucos isso foi mudando: “Aos poucos eu vou sentindo cada vez mais a importância desse disco, né. Que não é tocado com guitarra nenhuma. Então, no sentido de rock, é meio difícil entender. Mas o pessoal gostou, principalmente das inspirações do teclado”.

Para finalizar, perguntamos sobre alguma curiosidade da época de sua gravação, e como havia sido com os outros músicos:

“O Liminha e o Dinho, que tocaram comigo, eram dos Mutantes, e eles não queriam ter feito o disco daquele jeito… achavam que ia ficar meio estranho, meio Sérgio Mendes. Eles queriam que ficasse uma coisa mais YES. Eu fiquei com medo de entrar numa cópia… Mas foi assim que saiu, Sérgio Mendes ou não, prefiro o LOKI?”

Se Arnaldo aprovou e prefere assim, nós só podemos concordar e contemplar essa grande obra!

Good Morning!!! #arnaldobaptista

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