Conheça o primeiro LP lançado no Brasil.

Lançado no ano de 1951, o primeiro Long-Play brasileiro trazia sambas e marchas para o carnaval daquele ano. O Brasil foi quarto país do mundo a adotar esse novo formato, mas, mesmo assim, demorou alguns anos para se popularizar por aqui.

O LP surgiu com a promessa de um formato “durável” e “inquebrável”, diferente dos antigos 78 rpm que arranhavam facilmente e quebravam à toa.

O primeiro LP nacional foi lançado pela Capitol, que no Brasil era representada pela Sociedade Interamericana (Sinter), e foi lançado com a intenção de marcar um momento histórico, um ponto para o país, e não exatamente para angariar consumidores, até mesmo pelo motivo de ainda não termos por aqui muitos aparelhos que tocassem LPs. O disco se chamava Carnaval , no qual oito nomes de projeção nacional – como Heleninha Costa, Geraldo Pereira, Os Cariosa, e outros – entoavam sambas e marchas feitas para o carnaval daquele ano.

Você também pode estar se perguntando o porquê do tema carnavalesco. Isso ocorreu pois, naquele tempo, esse tipo de disco tinha um apelo certeiro junto ao público. Nos anos 30, por exemplo, 50% do faturamento da gravadora vinha do repertório de músicas feitas para o carnaval. Portanto, era natural que o primeiro LP nacional seguisse nessa linha.

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Apatia do público:

Apesar de o som do LP ser bem superior em termos de qualidade ao dos 78 rpm, o grande público nacional demorou muito para substituir seus aparelhos de som e discos. Inclusive, o impacto da mudança do 78 rpm para o LP foi bem menor e muito mais lento que o do LP para o CD, a partir do final dos anos 80. Na época, a estrutura da gravadora existente era muito rudimentar, e seus títulos não eram prensados em grande escala, ou seja, não valia a pena investir em aparelhos para ter acesso a tão poucas produções no novo formato.

A produção de LP no Brasil não causou um grande impacto como foi a TV em cores, por exemplo. As pessoas seguiram ouvindo rádios e discos de 78 rpm, e as lojas que vendiam LPs só tinham mercadoria importada. O comércio de Long-Play no Brasil só vai se firmar por volta de 1957, quanto todas as gravadoras aderiram ao novo formato.