A expressividade de O Rappa.
A banda O Rappa movimentou e ajudou a traçar novos rumos e possibilidades na música brasileira como um todo. Numa década chamada por muitos como “perdida” os anos 90, na verdade, foram muito férteis por aqui. Nasceram bandas como Nação Zumbi, Raimundos, Mundo Livre SA, Los Hermanos, e claro, o Rappa.
Os três primeiros discos da banda têm um peso e importância a mais por terem a participação do baterista Marcelo Yuka. É nesse período que Marcelo se consagra como um grande letrista e crítico brasileiro.
A primeira reunião de músicos e que resultaria na formação da banda aconteceu no ano de 1993. Foi quando o vocalista jamaicano Papa Winnie veio ao Brasil e precisava de uma banda de apoio para acompanhá-lo em turnê. Essa foi a deixa para que Marcelo Yuka, Nelson Meirelles, Marcelo Lobato e Alexandre Menezes se juntassem e iniciassem um novo projeto.
Após a turnê, os 4 músicos precisavam de um vocalista para seguir com a proposta de uma nova banda, e é aí que Falcão entra em jogo, e O Rappa se inicia.
Em 1994 lançam seu primeiro disco, mas a aceitação pelo público viria mesmo em 96, com o segundo álbum Mundi.
Nos primeiros anos, entre os dois primeiros lançamentos, Nelson Meirelles deixa a banda e quem assume o baixo é Lauro Farias, antigo parceiro de Yuka.
A banda tornou-se uma das maiores e mais produtivas bandas dos anos 90, e está na estrada até hoje, mas com algumas mudanças. Em novembro de 2000 o baterista e principal letrista da banda, Marcelo Yuka, foi vítima da violência urbana que tanto denunciava em suas letras. Ao ser gravemente baleado em um assalto, o músico fica paraplégico e deixa seu posto de baterista pra Lobato.
Com a saída definitiva de Yuka em 2001, O Rappa segue na estrada e o papel de compositor é assumido por Marcelo Falcão.
Depois de LadoB LadoA O banda ainda gravou mais 3 álbuns de estúdios e outros ao vivo. Confira a seguir um pouco sobre os três primeiros discos d’O Rappa que foram relançados em vinil.
O Rappa – 1994
Passaram-se 22 anos desde seu lançamento, mas O Rappa não perdeu seu valor como disco de estréia de uma das maiores bandas da atualidade no Brasil. Nesse disco de 94, a banda ainda se firmava e buscava sua personalidade, mas uma coisa é certa, as principais referências dentro do Reggae, Rap e Rock já estavam presentes e prontas para garantir seu espaço.
As faixas “Todo Camburão tem um pouco de Navio Negreiro” e “Catequeses do Medo” já apontam os rumos que os próximos discos e as críticas levantadas pela banda iam tomar. Compre aqui o seu!
Mundi – 1996
Lançado em 1996, Mundi é o segundo disco da banda e fez sucesso com praticamente todas as suas faixas.
Com as músicas “A Feira”, “Miséria S.A.”, “Homem Bomba”, “Hey Joe”, “Óia o Rappa” e “Lei da Sobrevivência” a banda é direta na questão das críticas sociais e emergenciais do Rio de Janeira e do Brasil, uma marca que está com eles até hoje, e que ficou definitivamente registrada com o álbum Mundi.
A famosa “Pescador de Ilusões” também integra esse álbum de 96.
Mundi é um disco indispensável para aqueles que são verdadeiramente fãs de O Rappa. Compre aqui o seu!
LadoB LadoA – 1999
Relançado em vinil, LadoB LadoA é o terceiro disco da banda, e o último de estúdio com Yuka ainda como baterista. Lançado em 1999 ele é um dos maiores sucessos da banda, classificado como um dos 100 Melhores Discos da Música Brasileira eleitos pela Revista Rolling Stone.
Esse clássico tem como faixas “LadoB LadoA”, “A Minha Alma”, “Tribunal de Rua”, “O Homem Amarelo”, e duas delas, (LadoB LadoA e Tribunal de Rua) incluídas nas trilhas sonoras dos Tropa de Elite I e II.
Esse grande disco contou com a produção do mineiro Chico Neves e o baixista americano Bill Laswell. Compre aqui o seu!
Não acho que os três primeiros álbuns teve maior peso. Todos os álbuns da banda são pesadíssimos!