Listas

12 Discos para tirar uma brisa.

Quais outros discos você indicaria?

Ora psicodélica em “4th Dimensional Transition”, ora setentista como na segunda faixa “Weekend Wars”, que chega a lembrar coisas do Bowie e até um pouco de Tropicalismo, ou ainda em “Electric Feel”, que lembra os Bee Gees, gênios das pistas, a banda distribui um belo portfólio de canções ao longo de um enxuto álbum com apenas dez faixas. Sem medo de serem felizes os dois músicos que formam o MGMT, conseguem colocar no mesmo caldeirão influências diversas como Art Rock, Psicodelismo, Rock Alternativo e música eletrônica.

A Polysom, mais uma vez, resgata um clássico da música e o traz de de volta, e fisicamente, para nós! “Lóki?” de Arnaldo Baptista foi relançado em Vinil, e você encontra esse incrível LP em nossa loja, na Bilesky Discos. O álbum foi lançado no ano de 1974, e foi eleito pela revista Rolling Stone como o 34º melhor na lista dos 100 Maiores Discos da Música Brasileira. Foi um trabalho mais que inédito e original, pois é um disco inteiramente Arnaldo, e feito de uma maneira que os Mutantes não fariam. É um dos maiores álbuns de rock do Brasil, e com uma característica curiosa: é um disco de rock sem guitarras! Piano, bateria e baixo foi a trinca responsável pelo trabalho que está entre os mais cultuados no país.

Krishnanda é um álbum experimental único de Pedro Santos, também conhecido como Pedro Sorongo. Lançado]em 1968, é a única obra autoral do artista. Produzido pelo próprio artista no estúdio da CBS, com arranjos de Jopa Lins e o aval de Hélcio Milito, Krishnanda é uma pérola da MPB e apresenta letras poéticas de perspectiva mística sob uma estrutura linguística diferenciada. A diversidade sonora do álbum é muito grande, há muitos tipos de instrumentos percussivos, arranjos de metais entre o samba e ritmos quase que latinos e orientais ao mesmo tempo, sons de animais e da ambiência de uma floresta, um órgão psicodélico, uma guitarra com um timbre similar a uma cítara, xilofones e instrumentos criados e construídos pelo próprio Pedro Sorongo. Apesar da inventividade de seu som percussivo e da influência que teve em músicos da época, não teve grande repercussão e caiu em esquecimento.

Filho da Jovem Guarda, mas nem tanto, Ronnie Von era um “mauricinho” incompreendido, e rompeu com os bad boys previsíveis, e se aventurou na psicodelia e nas inspirações quentíssimas vindas da Inglaterra, já que ele era sempre um dos primeiros a ter os discos recém lançados, e em primeira mão saber as novidades que rolavam no mundo do rock. Em seu disco de 1969  ele faz uma completa reformulação dos sons, temas e arranjos que o cercavam naquele instante. Brincando com a psicodelia e parte expressiva do que ocupava a música britânica durante o período, Von preencheu com cores e passeios lisérgicos toda a composição do disco. O resultado desse esforço está na criação de faixas memoráveis como Espelhos Quebrados, Silvia 20 Horas Domingo e Tristeza Num Dia Alegre, músicas que mesmo desprezadas na época, se transformaram na base para uma série de artistas posteriormente. O disco traz marcas específicas da obra de The Beatles e The Beach Boys, ocupando o trabalho com uma carga de sons inéditos na produção nacional da época. Com o álbum, Ronnie Von daria início a uma série de obras com foco na psicodelia, seguindo até o lançamento do também clássico Máquina Voadora, em 1970.

Em 1974, com a popularidade altíssima, o grupo Secos e Molhados gravava o seu segundo e último álbum com a formação original. Mais elaborado e menos popular que o primeiro, como “definido” por Ney Matogrosso em declaração a Folha de São Paulo (Janeiro/2000), “Secos e Molhados II” é composto por músicas de temática social como “O Doce e o Amargo”, “Preto Velho” e “Tercer Mundo”. Com poucas palavras, a cabeça do grupo e compositor João Ricardo conseguia abordar temas profundos, como em “Não: Não digas nada”, em “Toada & Rock & Mambo & Tango & ETC” e no único hit do disco “Flores Astrais”, que são interpretadas com toda a expressividade da voz de Ney.

“É Ferro Na Boneca”, lançado em 1970, é o primeiro álbum da banda Novos Baianos. O disco ainda não traz  as referências do samba e demais ritmos tipicamente brasileiros, sua principal inspiração é o Rock Psicodélico e o progressivo. As pitadas de brasilidades do disco são influências pesadas da então emergente tropicália.

 

Gravado em 1973, logo após a saída de Rita Lee, o trabalho é fruto de um total mergulho da banda na onda progressiva, que já vinha dando sinais desde o último No País dos Baurets. O disco conta com apenas seis músicas, mas com muitos minutos de duração, cheias de solos instrumentais e letras mais sérias, destoando completamente do humor ácido do antigo Mutantes. O disco foi considerado por muitos anos como “perdido”, para ser mais específico, até o ano de 1992. Desde as gravações em 73 até a década de 90, quando toda a obra dos Mutantes foi relançada em CD, o trabalho ficou engavetado. A capa e o encarta foram feitos com desenhos de Arnaldo Baptista, criados entre os anos de 1986 e 1992. Existem histórias de que a obra era para ser um disco duplo, mas que foi cortado em 40 minutos, e que a canção título ocuparia um disco todo… Não se sabe os motivos dos cortes.

Passado o lançamento da obra-prima Daydream Nation (1988), Thurston Moore, Kim Gordon e os demais parceiros do Sonic Youth bem poderiam descansar. Felizmente eles resolveram ir além, pervertendo a própria essência. Ao transformar Goo em um ponto de ruptura em relação ao que fora conquistado dois anos antes, o grupo abriria de forma criativa as portas para o que seria testado na década de 1990, substituindo os imensos experimentos sonoros de Moore e Lee Ranaldo por uma ambientação quase confortável. Ainda que os ruídos que definiram a carreira da banda estejam por todas as partes da obra, há no esforço do grupo um desejo de novidade, exercício que constrói o álbum em uma medida agridoce de vocais (metade de Moore, metade de Gordon), bem como o uso de versos quase descritivos em torno do próprio universo do grupo. Comercialmente bem recebido, Goo levaria o grupo e “novatos” como Nirvana e Dinosaur Jr a excursionar pela Europa no ano seguinte, turnê que alimenta o documentário 1991: The Year Punk Broke, de Dave Markey.

O nome do disco já denuncia um pouco dessa sensação de se estar perdido no tempo, o que fica evidente a cada faixa que, quando não parece resgatar os anos 60 e tudo o que havia ficado perdido por lá (principalmente a vibe dos clássicos Pet Sounds e Friends), traz em suas letras uma serie de reflexões sobre a passagem do tempo e encarar a mortalidade e o fim da vida na maior parte das faixas, mostrando uma sinceridade que nunca esteve presente na carreira da banda.

Vivo é seu segundo álbum e foi gravado ao vivo no Teatro Tereza Rachel durante o show  Vou Danado pra Catende. O álbum foi produzido por Guto Graça Mello e traz oito faixas, entre elas “Sol e Chuva”, “Pontos Cardeais” e “O Casamento da Raposa com o Rouxinol”.
Zé Ramalho da Paraíba participa das músicas “Papagaio do Futuro” e “Edipiana Nº 1”.

 

São 11 faixas, em sua maioria de autoria de Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias. A produção é de Arnaldo e os arranjos de Duprat. Entre as músicas estão “Top Top”, essa uma parceria com o baixista Liminha, “Saravá”, “It’s Very Nice pra Xuxu” e “Virgínia”. Este é mais um relançamento da obra d’Os Mutantes em vinil, e que você pode adquirir na Bilesky Discos.

 

“Hoje É o Primeiro Dia do Resto da Sua Vida” (1972) é o segundo álbum solo de uma das artistas mais importantes da música nacional, Rita Lee. Ainda que tenha sido creditado somente à cantora, compositora e instrumentista, o disco foi efetivamente gravado junto da banda que integrava, Os Mutantes. O importante registro volta esse ano às prateleiras em vinil de 180 gramas, pela coleção “Clássicos em Vinil”, da Polysom. A produção é do “mutante” Arnaldo Baptista, que assina as 10 faixas do disco com parceiros como seu irmão Sergio, Ronaldo Leme, Arnolpho Filho e a própria Rita. Com a característica sonoridade psicodélica dos Mutantes, o álbum traz faixas como “Amor Branco e Preto”, “Vamos Tratar da Saúde” e “Superfície do Planeta”, entre outras.

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