Dark Side of the Moon – Um disco divisor de águas
Embora tenha surgido no auge do rock progressivo, Dark Side of the Moon marcou um desvio de extravagâncias instrumentais que marcaram o trabalho anterior do Pink Floyd. Cheio de canções sobre conflito interior, ganância e doença mental, foi elevado a um patamar próprio por sua audácia técnica. Fruto de uma era anterior à gravação e à reprodução digitais, continua sendo um testemunho do potencial sonoro do vinil analógico.
No final de 1971, a banda começou a discutir o novo álbum e aceitou a sugestão do letrista Roger Waters de abandonar as letras abstratas de trabalhos anteriores e abordas as questões que os preocupavam. Quanto à música, juntaram as novas canções de Waters, como “Money”, com material inacabado extraído de projetos anteriores. Uma música do tecladista Richard Wright, não usada na trila do filme Zabriskie Point, gerou “Us and Them”. e “Breath” resultou de uma remodelação de uma música que Waters havia criado com o coletrista de Atom Heart Mother, Ron Geesin, para o documentário The Body, de 1970.
O novo material estreou como Dark Side of the Moon: A Piece for Assorted Lunatics, em Brighton, Inglaterra, em janeiro de 1972. Depois de uma acolhida prévia para a imprensa em Londres, o Pink Floyd aprimorou o embrião do álbum em turnê e então voltou a Londres para gravar no Abbey Road. As sessões foram interrompidas por outra viagem, mas o trabalho foi concluído em janeiro de 1973 e lançado em março. A gravação usou loops de fita e sintetizadores com muitos efeitos, que iam desde fala em surdina e simulação de batidas do coração até sons de relógios de parede antigos e de caixas registradoras.
Dark Side of the Moon – que teria releituras de Easy Star All-Stars, The Flaming Lips e Phish – tirou o Pink Floyd do cenário cult e o transformou num supergrupo que lotava estádios. Além da competência musical e da universalidade de sua temática, o sucesso do álbum se deveu também ao som original e à embalagem (que de início consistiu em capa dupla, adesivos e dois pôsteres), marcando um ponto alto da era do vinil. Destacam-se ainda uma versão de 1978 em Picture Disc pelo selo americano da banda, o Capitol, com recorte a fava gráfica na capa, a edição de 1979 “Original Master Recording”, de sonoridade esplêndida e que selou a reputação de quem o lançou – o selo Mobile Fidelity Sound -, e uma remasterização em vinil de 2011.
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