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05 mulheres sambistas que você tem o dever de conhecer!

Celebrar a cultura popular é nosso dever! Precisamos conhecer e apreciar a história contada em versos, em sambas, em rimas e em batuques.

Por isso, separamos 05 nomes mais que importantes na história da nossa música, e que você precisa ler sobre, ouvir e claro, apreciar muito! Aqui estão 05 mulheres que mudaram completamente a história e o rumo do samba!

01 – Madrinha Eunice

Madrinha Eunice, uma mulher cuja memória de luta é imensurável. Ela foi a primeira mulher a presidir uma escola de samba, a Lavapés de São Paulo, que surgiu na verdade mais como um cordão carnavalesco. Dona de um valor histórico imensurável, é herdeira da forma de batucar paulistana, forma esta que nasceu como o Tambor de Pirapora e as Batidas das Festas para Nossa Senhora do Rosário e para São Benedito, todos estes modos de batuque são nascidos em solo paulistanos, pelas mãos de escravos e ex-escravos.  Leva o nome de Madrinha por ter batizado simplesmente 41 crianças.

02 – Ivone Lara

Ivone Lara foi a primeira mulher a participar da ala de compositores de uma escola de samba, a Império Serrano, no Rio de Janeiro, ao final de 1960. Sua importância extrapola os ‘locais de samba’, e ela alcança respeito enquanto compositora e instrumentista na chamada MPB. Foi pisando “devagarinho” que Dona Ivone foi conquistando seu lugar. Começou a compor cedo, aos 12 anos escreveu o primeiro sucesso, “Tiê-tiê” sobre seu pássaro favorito. No final da década de 40, todos os sambas que compôs foram apresentados aos outros sambistas pelo seu primo Mestre Fuleiro, como se fossem dele, pois o preconceito não abria espaço para mulheres compositoras. Só em 1965, com o samba “Os cinco bailes da história do Rio”, tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores de escola de samba, na escola Império Serrano, onde desfilava na ala das baianas.

03 – Clementina de Jesus

Clementina de Jesus é também conhecida por Rainha Ginga. Elas nasceu em 1901, e faleceu em 1987.  Herdou as melodias do jongo, do lundu, os pontos de umbanda, as músicas que falavam sobre a África, sobre a tristeza do trabalho forçado longe da terra-mãe. De seu pai, pedreiro, violeiro e capoeirista, puxou o gingado, a malandragem benéfica ao sambista. Nascida no Rio de Janeiro, pouco depois da abolição da escravatura, e  trabalhou como empregada doméstica, só depois de seus 63 anos pode começar a carreira de cantora. Foi descoberta no ano 1964 pelo produtor Hermínio Bello de Carvalho enquanto cantava num bar. Em uma ocasião, ele se referiu a ela como “Pixiguinha de rendas”. Foi da Portela, mas depois de casar pela segunda vez virou Mangueirense. Ficou conhecida como Rainha Ginga por estabelecer um elo entre o Brasil e ancestralidade africana, mas o apelido de uma vida foi Quelé.

04 – Leci Brandão

Essa carioca de Madureira foi a primeira mulher a compor um samba para a Mangueira na década de 70. Leci canta, até hoje, em defesa das minorias, do povo negro, das mulheres e dos trabalhadores.  Em 1981, rescindiu um contrato com a gravadora Polygram por terem tentado censurar seu trabalho, entre eles um de seus maiores sucessos, “Zé do Caroço”. Nos últimos anos, todos os discos de Leci contêm ao menos uma faixa falando sobre a cultura afro-brasileira de forma direta, transparente e apaixonada. Já cantou com grandes nomes da música, de Cartola a Fundo de Quintal, de Alcione, a Mano Brown.

05 – Jovelina Pérola Negra

 

A voz potente e rouca de Jovelina trilhou caminho no solo fértil criado por Clementina de Jesus. A Pérola Negra também foi empregada doméstica antes de viver de arte. A estreia na música ocorreu tarde, em 1985, quando já tinha 40 anos. Gravou ao todo seis discos, entre eles, “Sorriso Aberto”, em 1988, “Sangue Bom”, em 1991 e “Vou da Fé”, em 1993, quando conquistou um disco de platina. Uma das vozes femininas mais marcantes da história do samba, Jovelina difundiu o partido-alto cantando também sobre as mazelas sociais e exaltando o orgulho de ser negra. O reconhecimento público de sua grandeza veio tarde e ela não conseguiu ganhar muito dinheiro e dar aos filhos tudo o que não teve. A seus três filhos deixou apenas o legado de sua arte.

 

 

 

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