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Assustado Discos – A Paixão em Movimento de Rafael Cortes

Há diversas maneiras de se contar histórias. Você já sabe qual é o seu jeito de traduzir os anos, os fatos e as lembranças?

Existem pessoas que se tornam “Contadores de História” e, com certeza, você já cruzou com algumas delas por aí, e das mais diversas formas possíveis: Aquelas que contam por versos, por rimas, de forma oral, de forma escrita. Tem aquelas que pesquisam, recolhem, reúnem e depois sintetizam em uma bela obra, e também há as que levam a vida de causos, nos bancos compartilhados de praças e ruas públicas.

E há quem conte histórias por músicas. E sobre elas não preciso explicar muito, afinal, conversamos entre aqueles que levam a vida a contar e a cantar histórias.

Hoje apresentamos aos nossos leitores alguém que é, ao mesmo tempo, personagem e autor. Ele conta e reúne diversas delas, e é criador de uma linda caminhada de contações e resgates importantes da música. Apresentamos a vocês Rafael Cortes e o selo Assustado Discos:

Lado A, Faixa 01:

A música sempre teve presença marcante em minha vida, me lembro perfeitamente de quando ganhei meu primeiro disco, só meu. Eu devia ter uns 5 ou 6 anos, quando acordei e meu pai me deu um LP do Trem da Alegria, eu escutava o dia todo.

Nenhum texto alternativo automático disponível.Rafael é o idealizador do selo brasileiro Assustado Discos, que surgiu no ano de 2011, e que vem desde então contando e reunindo histórias em 20 discos já lançados.

Mas essa trajetória não começou há sete anos, ela tem início há muito mais tempo, quando Rafael ainda era criança… nos primeiros momentos em que ele começou a entender o papel da música em sua vida: “Comecei a desenvolver meu gosto musical a partir do que escutava dos meus irmãos mais velhos, o rock brasileiro dos anos 80 e um pouco mais tarde o hard rock/heavy metal, sempre estiveram presentes no quarto compartilhado. Aos 9 anos fiz aniversário e pedi um walkman, com a fita “Imagine” do John Lennon. Meu pai não encontrou o K7 e me deu um LP com duas fitas virgens para que eu gravasse. No mesmo aniversário ganhei a fita do A-HA (Stay on These Roads) e do Ultraje a Rigor (Crescendo), dos meus irmãos”.

O Caminho (do bem) sem volta!

Se nos anos 80 Rafael descobria os primeiros prazeres da música, nos anos 90 ele já ganhava algumas certezas, e uma delas era o KISS. “Eu comprei o LP “Alive II” com as primeiras mesadas. E por volta de 92 parti para um caminho sem volta, quando meus irmãos me levaram pela primeira vez a galeria do rock (São Paulo). Comprei os LPs “Rock and Roll Over” e  “Hotter than Hell”, do Kiss, com uma grana que minha avó tinha me dado.” 

Sua ligação com a música também foi determinante em outras esferas de sua vida. Ou as outras esferas de sua vida também foram determinantes para que essa paixão fosse possível, como o fato de suas turmas e amigos estarem sempre envolvidos na musicalidade, acompanhando assim seus processos de formação. São referências diretas e indiretas, compartilhadas entre amigos ou inspiradas pelo jazz que ecoava pela casa vindo do quarto de estudos do pai.

Mais adiante contaremos melhor sobre o selo iniciado por Rafael, mas antes disso vamos contar as paixões sufocantes de Cortes:

Paixão em Movimento

Você tem um álbum especial em sua vida? Aquele que ganha um lugar especial na prateleira e tem prioridade no toca-discos? Possivelmente sim. Mas, para alguns, as paixões são como alegorias…

“Minhas paixões sufocantes não foram por discos específicos, e sim por movimentos. Por exemplo, a inspiração de ver o surgimento das cenas independentes dos anos 90, os selos, as novidades na MTV, eu queria ter todos os discos. Vivia aquilo intensamente, mesmo que como espectador, eu não queria perder um detalhe do que estava acontecendo, quem lançou disco, quem ia lançar, as histórias por trás, etc”.

Essa maneira de encarar as produções rendeu bons frutos, o que, para nós, é uma ótima notícia. E sabe por quê? Explicamos a seguir:

Assustado Discos

Com sete anos na atividade, o selo Assustado Discos já tem 20 lançamentos em catálogo, todos eles em Vinil. O primeiro lançamento tem um sabor especial, foi o LP Devotos – Demos e Raridades, e que trazia em sua essência a ideia de Rafael para o selo: lançar apenas áudios fora das trajetórias oficias das bandas e dos artistas, como por exemplo, lançar discos com versões diferentes das músicas originais, com as sobras de estúdio, registros ao vivo… E esse foi o caminho dos quatro primeiro lançamentos do selo.

Com o tempo, novas possibilidades e propostas cruzaram o caminho de Rafael, e assim, novos projetos surgiram para a Assustados Discos. “Trabalho com artistas que acredito, que sei que vou poder contribuir de alguma forma e conseguir vender. As relações acontecem de diversas formas, as vezes eu procuro, as vezes eles procuram e as vezes nos encontramos. Tem projetos que chegam prontos e outros que ajudo na direção artística. Procuro não “engessar” nada e me permitir trabalhar com acasos”.

No início disso tudo ele não planejava o selo com muitas expectativas de mercado, era mais uma realização de um antigo sonho, mas que ganhou belas e novas projeções.

Depois virou um negócio, e comecei a montar algumas estratégias, sem deixar de perder a essência e o amor pelo que acredito na música

Pedimos para Rafael indicar para os leitores do Blog uma obra que contemplasse os colecionadores “por inteiro”, aquelas que combinam composições e arte gráfica, que podemos curtir ouvindo e apreciando a capa. Sua indicação foi o LP de Lucas Santanna “Sem Nostalgia”.

“Trata-se de um relançamento inédito em vinil branco,  que recebeu uma nova capa com fotos de objetos da artista plástica Lenora de Barros. Mas o mais importante é que as músicas são fantásticas e o álbum inteiramente perfeito”.

Nós concordamos!

Para conhecer a Assustado Discos de perto, clique aqui.

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